Olá a todos,
Mais uma vez vou falar sobre o exercício e os seus efeitos positivos na dor crónica e na fibromialgia. Neste post vamos falar de como decorreu a minha recuperação a partir do 4º mês. Se não tiveram oportunidade de ler os posts anteriores Redução da dor crónica através de exercício físico – Fase I e Redução da dor crónica através de exercício físico – Fase II sugiro que o leiam antes de continuarem a ler este.
1. Como me sinto com uma recuperação tão longa
Após já ter 3 meses de recuperação atrás de mim, posso com segurança dizer que vale a pena investir numa recuperação física. A redução de dor é substancial, e sobretudo, há um aumento dos limites físicos que despoletam a mesma, fazendo com que seja possível conseguirmos fazer mais coisas que anteriormente.
Querem reduzir a dor crónica e a fibromialgia a mínimos históricos na vossa vida? Já apostaram tudo numa recuperação física? Que resultados obtiveram? Será que a vossa qualidade de vida aumentou? Eu sei que a minha certamente aumentou e adorava saber como é convosco!
Sei também que se não nos mantivermos ativos todos os dias, a nossa saúde piora imediatamente. Não nos podemos dar ao luxo de não fazermos exercício. Já experimentei parar uns dias, e os resultados foram desastrosos, a regressão foi mais elevada do que podia imaginar. Portanto só vos posso recomendar que não parem os vossos treinos. Mais vale menos, do que nada.
2. O que vou acrescentar à rotina para a redução da dor crónica
Neste 4º mês de recuperação, adicionei à minha rotina dois extras. O primeiro são as aulas de pilates, e o segundo é a meditação. É importante perceber em que medida é que cada uma destas atividades tem impacto na melhoria da nossa atual condição. Neste post apenas irei desenvolver a recuperação associada ao pilates, deixarei a meditação para uma abordagem posterior.
Como falei em posts anteriores, o meu local de tratamento é a ANEA – Associação Nacional de Espondilite Anquilosante, e foi lá que me inscrevi nas aulas de pilates. Sou acompanhada não apenas por alguém que tem a formação em pilates, mas por uma terapeuta, que percebe as condicionantes das doenças dos seus alunos e consegue adaptar os exercícios às necessidades de cada um de nós. Ter optado por efetuar os tratamentos na ANEA foi uma das melhores decisões que tomei, para a minha recuperação.
3. Mudança de terapeuta
Devido a questões técnicas, houve durante o período que comecei as aulas, uma rotação anormal da terapeuta que dava as aulas de pilates. Cada professora dá mais enfâse em determinadas áreas: no core (abdominais), equilíbrio, carga, etc.
Em certa medida, esta situação foi bastante benéfica para mim, pois permitiu-me perceber que tipo de exercícios eram os mais adequados para uma redução da dor e do aumento do nosso limite físico.
Verifiquei, que os melhores exercícios, eram os que aliavam alguma carga tanto a equilíbrio, como ao desenvolvimento do core. Não se enganem, com carga, estamos a falar de coisas bastante simples como um bastão, um elástico, uma bola de pilates, um peso de 0,5 kilos ou uma bola pequena.

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4. Benefícios que retirei das aulas
Aconselho a quem tem dor crónica ou fibromialgia, a considerar a inclusão de aulas de pilates na sua recuperação. Posso a adiantar já, que durante o primeiro mês apenas consegui fazer uma aula por semana, saia de lá tão cansada que o dia acabava a seguir a ela.
Quando se sentirem preparados fisicamente, posso dizer-vos que uma segunda aula semanal, vos ajuda a recuperar muito mais rapidamente. Hoje passados nove meses do início da minha recuperação, não deixo estas aulas por nada.
Seguem-se alguns benefícios que retirei das aulas de pilates, não só para quem tem uma doença crónica, mas que também beneficiam pessoas perfeitamente saudáveis:
- Aumento do equilíbrio
- Aumento da massa muscular
- Aumento da resistência física
- Melhoria da postura
- Melhoria da coordenação motora
- Redução do stress
- Redução da tensão muscular
5. Outros temas associados a dor crónica e a fibromialgia
Associado a uma recuperação física, associei acidentalmente também uma “limpeza” a tudo o que tinha. Adotando algumas ideias associadas ao minimalismo, consegui também simplificar a minha vida e as minhas rotinas.
Escrevi vários posts sobre estilo de vida, que parecendo que não, podem ser aplicados a quem tem dor crónica e fibromialgia, promovendo de outra forma uma melhoria da nossa qualidade de vida:
Espero que a minha experiência vos possa ajudar e motivar a tentarem não só efetuar uma recuperação física, mas a lembrarem-se de que as únicas pessoas que podem cuidar de nós, somos nós próprios, sendo que a nossa vontade de melhorar e querer mais, ajuda em 80% da recuperação.
Consulta também Emily Lofgren: How to be kind to yourself when you have a chrinic illness, um post extremamente interessante para ires buscar nova informação, que pode dar-te outras perspetivas sobre a dor crónica e a fibromialgia. Espero que gostes da dica.
Raquel